terça-feira, 15 de setembro de 2009

Sabe aquele amigo de infância engraçadão, que brincava com você na rua, te fazia rir, imitava os outros, era sempre o mais palhaço? Aquele amigo com quem você perdeu contato há anos, mas que faz parte da sua vida? Pois é. Semana passada eu soube que um amigo meu, ex-vizinho, morreu.

A gente sempre brincava junto, ele vinha na minha casa, eu ia na casa dele, íamos na casa de outra pessoa, brincávamos na rua... Na maioria das vezes com um bando de crianças, mas muitas vezes brincávamos sozinhos também. Às vezes brincávamos de boneca, mas ele sempre era o boneco. Eu com uma Barbie ou uma Suzy e ele com um boneco do Karatê Kid ou alguma outra coisa do tipo. Comandos em Ação, sei lá. Eu enchia o saco dele, dizendo que ele estava brincando de boneca, e ele falava, rindo, que estava brincando de bonetão. Nunca entendi o porquê do T no lugar do C. Por que bonetão e não bonecão. Eu perguntava, e ele só dava risada e repetia. Bonetão. Nunca me explicou. E nunca mais vai poder explicar. E essa brincadeira era só nossa.

Fiquei malzaça quando soube, chorei pra caramba. Eu estava na porcaria do cursinho, vi que minha mãe tinha me ligado durante a aula e só pude retornar no final. Minha mãe já estava de saída para o velório e o enterro. Não pude ir. Minha mãe disse que a mãe dele passou mal, a filhinha ficou chamando por ele... Ele e a esposa tinham acabado de descobrir que ela estava grávida. Ela está de um mês e meio, mais ou menos. Que situação... Que bosta.

Tirei os comentários de propósito. Eu queria ter escrito antes sobre isso, mas esperei ficar melhor para poder desabafar. Mesmo assim não quero ler nada sobre isso, só colocar para fora mesmo. Vocês entendem, né? Obrigada.